Antônia é conhecida na seleção feminina como a mais brincalhona do grupo, sempre com um sorriso aberto e pronta para arrancar risadas das colegas. Mas foi com lágrimas nos olhos que ela conquistou a torcida brasileira nas Olimpíadas de Paris. Um choque acidental com a atacante Gabi Portilho, já nos minutos finais da derrota por 2 a 0 para a Espanha, na terceira rodada, causou uma fratura na fíbula que tirou a defensora do restante do torneio.
Como o Brasil estava com uma jogadora a menos desde a expulsão de Marta, no primeiro tempo, e já tinha feito as cinco substituições, Antônia resistiu à dor e continuou em campo por 14 dos 16 longos minutos de acréscimos dados pela arbitragem.
Saiu apenas quando não suportava mais, amparada e chorando, pouco antes da Espanha fazer o segundo gol. Seu sacrifício não foi em vão. A derrota foi na conta certa para o Brasil se classificar às quartas de final e seguir em busca da medalha de prata.
- A Olimpíada foi um momento muito especial. A gente vinha desacreditada, muitos brasileiros imaginavam que a gente não ia chegar, e realmente foi difícil. A gente se classificou de uma maneira que a gente não gostaria, perdendo, mas veio a classificação e a gente abraçou isso. Por todas as dificuldades que a gente passou, essa prata tem um sabor especial - afirmou Antônia em entrevista exclusiva ao ge.
Pronta para estrear no Real Madrid
Dois meses após a lesão, a defensora de 30 anos está pronta para sorrir outra vez. Totalmente recuperada da contusão, ela vive a ansiedade pela estreia no Real Madrid, para onde se transferiu durante os Jogos Olímpicos, após dois anos se destacando no Levante, também da Espanha. Foi relacionada pela primeira vez no jogo de terça-feira, contra o Chelsea, pela Champions League Feminina, mas não saiu do banco na derrota por 3 a 2, em Londres.
A próxima chance é neste domingo, no clássico com o Atlético de Madrid, pelo Espanhol.
No Real Madrid, a concorrência por um lugar no time é forte em qualquer setor. Na defesa, o técnico Alberto Toril conta com duas laterais-direitas da seleção espanhola, Oihane Hernández e Sheilla García, e a zagueira da seleção francesa Maëlle Lakrar. Antônia, campeã da Copa América e medalhista olímpica com o Brasil, tem a seu favor, além do currículo, o trunfo de poder jogar na lateral ou na zaga.
- Sempre falo que, para mim, o mais importante é poder jogar e ajudar o time. Independentemente da posição, eu só necessito entregar o meu melhor. Quem vai determinar é o técnico, que ele possa ver onde eu posso entregar mais para o time - comentou ela.
Eu me sinto bem à vontade em ambas as posições, mas obviamente gosto mais da lateral, por estar mais presente ao ataque.
GE.
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