Haviam em torno de 06 anos que havia adquirido este kit. Os objetos de baixo, estimulado por uma promoção que tinha visto na grande rede, o de cima, por necessidade, em virtude do piso no qual é composto os campos onde geralmente atuamos. Porém, ambos estiveram encostados durante muito tempo, pois, com enorme desgosto, a primeira vez que usei a combinação, em virtude da ingrata posição que atuo, quando atirei-me no chão com o intuito de evitar "a maior alegria" de um jogo de futebol, o gol, uma luxação em minha cintura escapular direita voltava a acontecer. Ou seja, pela segunda vez, tirei o ombro do lugar. A dor era terrível!!! Recorri a Jessé Freitas, que, momentaneamente "ajeitou as coisas". Um mês depois, tentava de novo e, novamente, o ombro saiu, só que, desta vez, sozinho mesmo a recoloquei. Ali eu chegava a conclusão de que não daria mais. Era o fima! Quase as lágrimas desceram! Não pela dor, mas por não poder mais participar, do lado de dentro, de algo pelo qual sou apaixonado - a prática do futebol. Lavei as joelheiras e guardei-as, ainda novinhas, como recordação da minha "curta e discreta" carreira de goleiro de futebol amador. Quanto as chuteira, voltei a usá-las depois de 03 anos, para conduzir os treinos da equipe Juvenil Masculina da Angelina Gomes, porém, logo elas voltavam para o seu lugar. O tempo passou, continuei acompanhando de perto os jogos de futebol, muitas das vezes, fazendo "às vezes" de comentarista ao lado do Super Talentoso Narrador Zilvací Fernandes, outras, no papel de organizador de competição e, na maioria das vezes, apenas no papel de expectador mesmo. Porém, deepois de vários anos me programando, conseguir inserir a prática regular de exercícios físicos em meu cotidiano e, com ela, inevitavelmente, houve um fortalecimento da região que "se desmontava" até com um espirro. Até que, no dia 19 de julho de 2015, por uma carência da função, Antônio Barbosa, dirigente do Arsenal, equipe amadora de Riacho de Santana, me fez o convite para atuar em uma partida. Expliquei-lhe a situação, porém, movido por uma enorme tentação, aceitei o convite e... fui pro gol. A outra equipe, pareceu se solidarizar com minha situação, praticamente não chutando e, até uma cobrança de pênalti foi "recuada" para mim. Vencemos por 02 a 00, não tomei gol, porém, meu ombro também não precisou ser "posto a prova". Contudo, depois destes, vieram outros e, a intensidade e dificuldades dos jogos foram aumentando. Era notória, principalmente para mim, a falta de ritmo, tempo de bola e outros requisitos necessário para que um goleiro pudesse desempenhar sua função. Mesmo assim, minhas atuações agradavam o treinador e os companheiros de equipe, principalmenteJosé Aldemir, um dos líderes da equipe e principal incentivador para que eu continuasse. Até que veio a Copa Careca, 8ª Edição do Campeonato Municipal de Riacho de Santana e, talvez até por não haver outro, fui inscrito como "O" Goleiro do Arsenal. Então, dia 31 de outubro, seria a estreia. Só eu sabia o quanto estava tenso, era algo que desejava há muito tempo e, praticamente não tive oportunidade - Disputar um Campeonato Municipal de Futebol. Então, a presença de torcedores em um número maior que o habitual, uma Comissão, uma Súmula de Futebol com o primeiro nome de um dos lados sendo o meu, todo este cenário me deixava "apavorado", pois, sabia que muitos ali, incrédulos por me verem em uma situação totalmente incomum, estavam torcendo para que eu falhasse e eles pudessem "deliciar-se-em" com sonoras gargalhadas e, confesso que este também era um dos meus maiores temores. Fui pro campo, aproveitei o minuto de silêncio para pedir proteção ao criador e, quando o juiz apitou o início do jogo, mais uma vez, quase choro. Só que, desta vez, não mais de dor, mas de alegria por está de volta, por, pela 2ª vez em toda a minha vida, depois de 13 anos voltar a disputar um jogo de futebol válido por um campeonato municipal. A primeira, havia sido em 2002, quando tomei 05 gols defendendo o já extinto Estrela Santanense. Quando a primeira bola parou calmamente em minhas mãos, eu já não me importava mais com a torcida, com o placar, com o contexto... Daria o meu melhor, pois estava vivenciando algo que há muito vinha querendo. No final, perdemos pelo placar de 02 x 01. Lógico que queria ganhar, mas, não deu. E daí? Foi muito "saborosa" a sensação de abraçar os, há pouco adversários e, agora, depois do jogo, amigos, parabenizá-los pela vitória e, quando um deles, Alis, ao me cumprimentar, me elegeu como melhor jogador em campo da minha equipe, fiquei extremamente lisongeado, pois nos seus olhos, percebi a opinião sincera. E, para minha surpresa, muitos dos presentes, antes incrédulos por eu está lá, estavam ainda mais incrédulos e surpreendidos com minha atuação que, nem foi "lá estas coisas", mas o suficiente para se notar que, se a bola viesse na minha direção, havia uma possibilidade de se evitar o "gol". Este momento foi ímpar que, só quem é amante do esporte é capaz de ter uma ideia da alegria que senti naquele momento. O campeonato continua, no mínimo, terei mais 02 jogos, 160 minutos participando do lado de dentro de campo. Independentemente do que ocorra, que vençamos, que percamos, que eu sofra muitos gols, que, possa vir a cometer falhas as quais, certamente, comprometem mais que qualquer outra posição, todavia, aconteça o que acontecer, eu tenho que me considerar vencedor, por toda história, por está lá, depois de achar que jamais voltaria a fazer isso na vida. Então, a partir de 2016, poderei dizer que participei de um Campeonato Municipal de Futebol na minha cidade, pois, não sei se terrei oportunidade de participar de outro!!!
ARSENAL F.C
O cara é esse aí, professor, goleiro e amigo Jandeilmo Cleidson ( Cleidão ) parabéns amigo, que Deus te abençoe sempre. Fico muito feliz pelo seu retorno aos campos de futebol como goleiro, embora prefiro vc como comentarista ao meu lado kkkkkkkk. Brincadeiras a parte, te desejo sucesso cada vez mais, abração amigo.
Muito emocionante esse fato. Parabéns pela ótima postagem !!
ResponderExcluirValeu Zilvaci Fernandes! O fato de está atuando como goleiro, não significa que deixe de está ao seu lado nas transmissões. Pode ter certeza, sempre que possível, estaremos fazendo uma "tabelinha" nos microfones.
ResponderExcluirAgradeço pela publicação!
Abraços amigo!
Prof. Jandeilmo